sexta-feira, 11 de abril de 2008

Prefácio

Sou de São Luís, Maranhão, mais conhecida pela riqueza da Família Sarney que por suas próprias. Dificilmente São Luís é destino turístico lembrado na região Nordeste. Aliás, se tem uma coisa que me dá nos nervos (tanto pela arrogância como pela ignorância) é quando alguém diz que já fez uma viagem pelo litoral nordestino “desde Fortaleza até Salvador”. Insistem em achar que o Maranhão é parte do Norte, e que talvez por isso também não valha a pena visitá-lo (azar o deles em todos os sentidos: tanto por não conheceram as maravilhas do Norte como por não terem tido aulas de Geografia com Saul!). E é exatamente por estar nessa posição geográfica privilegiada, entre as Regiões Norte e Nordeste, que as paisagens de São Luís são únicas. O Centro Histórico é uma verdadeira viagem ao passado. As ruas são feitas de pedras de cantaria e os casarões do século XIX fazem o contraponto a uma parte nova e moderna que emerge na cidade desde os últimos 10 anos. O folclore é riquíssimo e a cena musical tem-se mostrado intensa, agitada e moderna (NIMBUS!!), sem perder de vista suas raízes (Boi da Maioba!!). Isso sem falar nas praias, na culinária e no já novelístico e cinematográfico Lençóis Maranhenses. Fui (muito bem) criada nessa terra, à base de muito Guaraná Jesus, juçara com farinha, arroz de cuxá e pizza dobrada. Minha adolescência foi marcada por shows na AABB, Pipoca Dançante na Boate Gênesis, Sinuca no bar Boca de Rã, showzinhos de rock no Monumental, Praia do Meio aos domingos.
Sempre que posso viajo para lá, e as pessoas sempre perguntam se não tenho saudade ou vontade de voltar. Mas, como sentir saudade de algo que é parte de mim? Não há necessidade de voltar para um lugar de onde nunca se saiu. Carrego São Luís em mim para onde quer que eu vá. É intrínseco, inerente, está enraizado.



"Deus te conserve regado a reggae, que a gente segue regado a reggae..."(Carlinhos Veloz - Ilha Bela)

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